segunda-feira, 22 de abril de 2013

03 - SINTO VERGONHA DE MIM


 
 
 
SINTO VERGONHA DE MIM
 
Gostaria de fazer um esclarecimento sobre um erro que tenho ouvido e lido frequentemente com relação ao texto escrito por CLEIDE CANTON.

Todos gostam do texto por conter um teor tão atual que acabam esquecendo-se de verificar o autor verdadeiro e dando a autoria do mesmo para RUI BARBOSA, quando na verdade alguém resolveu um dia juntar os textos e a partir daí seguiu-se esse mal entendido.

Na verdade o texto de RUI BARBOSA é bem menor e quando não observado o mesmo acaba levando todo o crédito.

Assim sendo segue abaixo o texto de CLEIDE CANTON e logo a seguir o texto de RUI BARBOSA.

 
 SINTO VERGONHA DE MIM


Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor, ou enrolar o meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo deste mundo!
 


Rui Barbosa

‘De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude. A rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto’.

É isso ai pessoal, espero ter colaborado de alguma forma.

Um abraço insubstituível a todos

Luiz Fernandes
Fones (47) 3345-2413 / 8401-3411

88385-000 - PENHA - SC




 

 

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