SINTO VERGONHA DE MIM
Gostaria de fazer um
esclarecimento sobre um erro que tenho ouvido e lido frequentemente com relação
ao texto escrito por CLEIDE CANTON.
Todos gostam do texto por conter
um teor tão atual que acabam esquecendo-se de verificar o autor verdadeiro e
dando a autoria do mesmo para RUI BARBOSA, quando na verdade alguém resolveu um
dia juntar os textos e a partir daí seguiu-se esse mal entendido.
Na verdade o texto de RUI BARBOSA
é bem menor e quando não observado o mesmo acaba levando todo o crédito.
Assim sendo segue abaixo o texto
de CLEIDE CANTON e logo a seguir o texto de RUI BARBOSA.
SINTO
VERGONHA DE MIM
Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim, por ter
feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter
que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente a derrota das virtudes
pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência
com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’
feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de
desrespeito para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim pela
passividade em ouvir, sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo
orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido,
a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em
esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim, pois faço
parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero
percorrer…
Tenho vergonha da minha
impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o meu Hino e
jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor, ou enrolar o meu corpo na
pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim, tenho
tanta pena de ti, povo deste mundo!
Rui
Barbosa
‘De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver
prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da
virtude. A rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto’.
É isso ai pessoal, espero ter colaborado de alguma
forma.
Um abraço insubstituível a todos
Luiz Fernandes
Fones
(47) 3345-2413 / 8401-3411
88385-000
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