terça-feira, 30 de abril de 2013

04 - UM DIA



UM DIA

Um dia já fui criança, era chamado de bebe chorão.

Um dia cheguei à adolescência e fui chamado de rebelde.

Um dia fui jovem, tive mil sonhos e fui chamado de bobo.

Um dia fui inteligente e fui chamado de arrogante.

Um dia eu pedi perdão e fui humilhado.

Um dia usei o coração e fui desprezado.

Um dia dividi o pão e fui chamado de demagogo.

Um dia lutei pelas causas alheias e fui esquecido.

Um dia perdoei meu inimigo e ele riu de mim por ser fraco.

Um dia ouvi meu próximo, ao ajudá-lo fui chamado de prepotente.

Um dia lutei por minhas causas e fui chamado de egoísta.

Um dia mostrei minhas razões e fui chamado de hipócrita.

Um dia recebi aplausos e fui chamado de vaidoso.

Um dia trabalhei para ter dias melhores e fui chamado de puxa saco.

Um dia resolvi criticar e fui chamado de ignorante.

Um dia fiz o bem em silencio e fui chamado de omisso.

Um dia após refletir pensei em parar e fui chamado de alienado.

Um dia reclamei, pois à vida tinha passado e me chamaram de esclerosado.

 E o tempo seguiu seu caminho implacável.

 Sonhos...

Poucos foram realizados e desfeitos, então me senti frustrado.

Saudades...

Uma me acompanhou na vida inteira e isso me deixa triste.

Caráter e dignidade...

Heranças deixadas por minha mãe, uma abnegada.

Responsabilidade e comprometimento...

O tempo me ensinou arduamente.

 Tenho orgulhoso pelo que já fiz e ser o que sou,

Embora me sinta ferido.

Hoje arqueado pelos fardos que a vida me impôs não tenho nada,

Sinto-me um completo idiota.

 Quando olha para trás, o que vejo?

 Nada.

 Impossível, pois até o vento deixa sinais por onde passa, talvez eu não esteja vendo corretamente por ser muito critico, não sei ao certo.

 Lembro-me muito bem de ouvir as pessoas dizerem que o tempo se encarrega das cicatrizes, é só dar tempo ao tempo.

Eu particularmente acho uma grande mentira, o tempo só cria, não apaga nada, a gente é que finge esquecer por medo ou vergonha da verdade.

 E o futuro, como fica?

 Não sei...

Até agora ele não veio, se veio passou rápido demais.

Então é melhor deixar o tempo dizer como será e viver um dia após o outro.

Nesta nave que me conduz em uma viagem de volta a minha verdadeira casa, serei somente um passageiro observador que chega ao fim de uma viagem com uma certeza.

Cansado, muito cansado.

Sim, eu cansei.

 Autoria (Luiz João Fernandes)

 

Luiz Fernandes
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E-mail: luiz.joille@gmail.com
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